Interessante este artigo encontrado na http://mimami.org especialmente para mamãs gulosas como eu que come doces às escondidas dos filhos ;-)
written by
Cristina Cardigo
É o que diz
a pediatra Júlia Galhardo, responsável pela consulta de obesidade no
Hospital de Dona Estefânia, numa entrevista à Visão. E vai mais longe,
refere-se mesmo ao abuso do açúcar em idades precoces como maus tratos.
Eu me acuso, sou daquelas pessoas que come demais quando está
cansada/triste, come porque está feliz e quer celebrar, come porque acha
que cozinhar é um passatempo estupendo. Não tenho a “sorte” de não
engordar, como tem o meu filho e marido, por isso tento ter cuidado com a
alimentação da nossa família. Sorte entre aspas, porque engordar pode
ser um factor de alarme para os excessos, porque se vê.
Os pais não devem ficar descansados quando o seu filho,
que come muitos doces, é magro. Muitos desses meninos, que são
longilíneos, têm alterações dos lípidos no sangue, têm problemas de
aterosclerose. Não são gordos, mas têm alterações metabólicas. Nem tudo o
que é mau se vê. Nem tudo o que é mau dói. A hipertensão não dói, a
diabetes não dói. Não doem, mas matam. E, mesmo quando existe excesso de
peso, os pais não dão a devida importância. Acham que a criança vai
esticar quando crescer, como se fosse plasticina, e que o problema vai
desaparecer. Só começam a perceber que há, de facto, um problema quando
as análises dão para o torto. Quando o colesterol ou os glícidos ou o
ácido úrico vêm aumentados, quando as análises revelam inflamação…
E depois, há um mundo lá fora. Um mundo de pessoas simpáticas que
querem oferecer chupas, um mundo que acha que “é só um dia”, “que não
faz mal nenhum”. Um mundo que acha que os afectos se transmitem com
comida, não é à toa que nos restaurantes há o “Doce da Avó”, eu cá nunca
encontrei o “Doce da Mãe” ou o “Doce do Pai”.
Os avós têm um papel fundamental! Os avós são do tempo em
que não havia esta parafernália do pacote. O doce era o mimo do dia de
festa. Mas transformam este mimo num bolo ou num chocolate todos os
dias. Porque… “coitadinho do menino”. Eu peço aos avós, por favor, que
transformem estas coisas em mimos de abraços, de afetos. Que vão com
eles ao parque brincar, ver o pôr do sol, fazer castelos de areia. Que
os ensinem a cozinhar coisas saudáveis. A fazer pão, salada de frutas.
Eu aprendi a fazer pão com a minha avó e ainda hoje me lembro. Peço aos
avós que nos ajudem a modificar esta carga. E que percebam que, hoje em
dia, o maior inimigo dos seus netos é o açúcar. A comida não é castigo
nem prémio.
Como sensibilizar sem parecer a bruxa má do Oriente? Festas de
aniversário na creche, onde dizem “é só um dia”, mas é só um dia em que
40 crianças fazem anos… mais as outras festas de aniversário fora da
creche (com a moda de se levar um saquinho de doces para casa!), a
Páscoa, o Natal, as férias, etc. etc… O meu filho tem 2 anos e meio
aprendeu a dizer chocolate e chupa fora de casa… ou foi na creche, ou
foi com as avós. Nunca o saberei. Não os podemos proteger para sempre,
dirão as almas caridosas da brigada do açúcar… É precisamente por isso
que acho importante controlar os doces e educar no sentido da prevenção.
Um bom começo é ler
o artigo completo aqui.